terça-feira, 20 de julho de 2010

O reizinho


Num reino distante, num tempo mais distante ainda, nasceu um reizinho. Ele era um menino bonito, com uma cabeça formidável e com um coração cheinho de coisas boas.
O reizinho adorava construir caminhos no jardim...caminhos longos, com pontes onde passavam rios cristalinos. Caminhos que furavam túneis ou subiam montanhas em espiral.
O reizinho gostava muito de carros, trens e aviões e com eles corriam seus sonhos.
Nas tardes de chuva o reizinho adorava montar acampamento na sala, entre o sofá e a parede e ali colocava como um tesouro, suas almofadas, brinquedos e a gata de estimação e companheira inseparável. E ali tomava seu leite, comia banana amassadinha, via TV pela frestinha que existia e dormia.Dormia e sonhava seus sonhos de reizinho.
O menino rei tinha poucos amigos, e pouco brincava na vizinhança do se castelo. Gostava mais da companhia da mãe a lhe contar histórias e da avó a lhe fazer bolinhos de chuva, que brincar ao sol, subir em árvores ou soltar pipas com as crianças da redondeza...mas gostava de nadar. Por isso fugia do olhar dos guardas reais para ir ao paraíso. Lugar perfeito onde a natureza tecia um tapete verde entre um riacho que corria para desaguar em uma cachoeira de espumas e um bosque, que encantado trazia sons de pássaros, duendes e anjos. Lá em baixo, num lago viviam peixinhos prateados e girinos. O reizinho passava horas a tocá-los com as brancas mãozinhas, a cercá-los entre pedras roliças e a rir atirando água pra cima. Ali era uma criança qualquer, sujava os pés e ria alto, soltava pum na água e construía cavernas nos barrancos. O reizinho era imensamente feliz quando voltava para o castelo, secando o corpo, os cabelos e as roupas ao sol e vento... mas um dia o reizinho cresceu. Teve que esquecer seu paraíso e construir seu reino. E foi o que ele fez. Um dia encontrou sua princesa. Casou-se com ela  e tiveram uma princesinha. Ruiva...mas essa já é uma outra história que eu conto qualquer dia. Mas o reizinho, ah, ele viveu por muito e muitos anos e como em todos os contos...foram felizes para sempre.

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