sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O sapinho Ludovico


Em um jardim, próximo a um laguinho, vivia o sapo Ludovico. Já era um sapo adulto, em tempo de casar e ter uma sapinha dengosa pra coaxar todas as noites e ter uma duzia de girinos pra cuidar e proteger dos predadores...sabia que estava passando da hora de ter sua própria família, mas se sentia feio, gordo, barrigudo... Resolveu então fazer caminhadas e era um vai e vem do laguinho para o canteiro de margaridas, muitas horas nadando e até muita ginástica nos ramos de flores.
Nada adiantava. Ludovico não perdia a barriga e nem encontrava uma sapinha verde e pintadinha para dividir a vida. O desânimo já estava tomando conta do bichinho quando num dia viu uma linda menina sentada na grama do jardim. Mal podia se conter...Que linda!!
Foi chegando de mansinho para melhor ver aquela pele branquinha, aquela boca rosada e suas trancinhas que dependuradas, balançavam...balançavam.
Luduvico pensou:
___Deve ser uma sapinha enfeiçada! Precisa de um beijo de amor para voltar ao normal e para se casar comigo e vivermos felizes para sempre!
Sem pensar, saltou esperto e beijou a boca da menininha.
Lógico que ela assustou, ficou arrepiada de nojo, gritou feito louca. Cuspiu, cuspiu!
Para ele era o sintoma da transformação...que esperou, esperou e nada da menina virar sapa.
Refeita do susto, a menina levantou e foi embora chorando.
Nunca mais voltou mas, Ludovico a espera todos os dias, sonhando com sua sapinha encantada.
Dizem que ele já emagreceu, ficou atlético e cantador...mas sapinha mesmo, nenhuma.